sábado, 19 de setembro de 2015

Ela...

Ela vem como a chama que caminha lentamente sobre as folhas secas,  ela se aproxima destruindo e machucando. Deixando marcas que nunca vão desaparecer.
Ela é calma, e vem como a água que devagar começa a cobrir uma pequena ilha, trazendo o desespero para aqueles que não podem fugir.
Não existem mais barreiras para o fogo e nem barcos salva vidas para escapar, e mesmo assim ela continua a chegar. Com seus passos cada vez mais ligeiros para tomar o que restou, mesmo já tendo consumido quase tudo e mesmo que tenha trazido tanto tormento.
Seus caminhos são pouco previsíveis,  e seus golpes são certeiros como uma flecha que nunca erra o alvo e poderosos o suficiente para ferir a alma e destruir sonhos, mas apenas aqueles que voam fácil e que existem nos corações que ainda tem esperança.
Sua existência se vincula ao que a alimenta,  ela só se move para onde é guiada, pois seu coração é puro como o céu e suas intenções são absolutas.
Ela queima como o fogo por que há algo para ser queimado e trás o desespero para os que dela se escondem. Ela deseja ver tudo como realmente é, mas sempre acaba machucando. Não só os que são maus, mas alguns que tem bondade no coração, que tornaram-se seu alvo por viverem em um mundo quadrado. Por terem sido forçados a virarem alvos, para conseguirem sobreviver.

O que resta no fim das chamas são as cinzas, e depois das águas é a sensação de ter sido afogado. Depois que aquilo for perdido, virá uma nova forma de viver, talvez ainda com marcas de queimadura, com o cansaço e com a tristeza do que se perdeu. Mas talvez, com a alma limpa.
         Atrás de seus passos, existem novos caminhos para novos destinos serem traçados, destino daqueles que são escolhidos.
Talvez exista a luz no fim do túnel, o difícil é o caminho até lá.

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