segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A ultima cartada para a liberdade


“Cada um conhece seu próprio precipício e sabe qual é seu ultimo passo. Mesmo que o medo tenha encoberto, chega uma hora que é preciso olhar para dentro de si e fazer uma escolha, seja dar o ultimo passo, ou não lembrar nada, continuar na própria verdade e deixar tudo como está”

E quando as mãos estão presas por algemas e você não tem a chave e nem forças para rompê-las? E quando o mundo passa pela sua frente e você apenas olha do outro lado da janela, de um lado que chove durante grande parte do tempo e sempre te molha? E quando você cansa de se ver impotente diante de algumas coisas e apenas se entrega para a fantasia e imagina tudo o que você poderia fazer e ter se tivesse um pouco mais de força e menos medo de voar?
Algumas pessoas são como botões que não floresceram. Só que até mesmo os botões que não florescem, murcham e morrem. Alguns morrem em silêncio, ainda molhados da água da chuva e atados às algemas.
A beleza das flores são para os que tem força e para os que tem sorte, e o tempo é sempre aquele que pode trazer boas novas para os que apenas esperam algo da vida.
Só se descobre que ainda há forças depois que se vive a dor, quando a prisão se torna tão insuportável que o medo de dar o ultimo passo no fim do precipício se torna uma opção melhor do que passar mais um minuto preso. Nesse momento as conseqüências parecem pequenas.

O ultimo passo no fim do precipício trará o vento forte para as asas atadas pelo medo, é como a “ultima cartada de um grande jogo”, é a aposta de valor imensurável, cujo prêmio, caso alcançado da forma desejada, é algo infinitamente maior. É a sensação de tentar voar e conseguir. É a de ser a pessoa mais forte do mundo e poder quebrar suas correntes, fugir da chuva e abandonar o silêncio. Como uma pessoa que mergulha em um oceano gigantesco e sente um prazer que preenche por dentro e a torna melhor que qualquer pessoa que existe na terra. Como um ser onipotente que não pode mais cair, nem ser afetado. Como a ave que renasce das cinzas e não teme mais o fogo.

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